Foto: Orlando Passos/Embrapa

A produção de laranja no cinturão citrícola de São Paulo e do Triângulo/Sudoeste Mineiro foi revisada para baixo na safra 2025/26. A nova projeção indica 294,81 milhões de caixas de 40,8 quilos, segundo o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus).

O volume representa queda frente às estimativas anteriores divulgadas em maio e setembro. O ajuste reflete, principalmente, o menor tamanho dos frutos e o aumento da taxa de queda ao longo do ciclo.

A segunda reestimativa foi divulgada nesta quarta-feira (10). O cenário climático adverso e o avanço do greening seguem como os principais fatores de pressão sobre a produtividade dos pomares.

Impacto do clima no desenvolvimento dos frutos

A falta de chuvas ao longo de boa parte do ciclo prejudicou o enchimento dos frutos. Entre maio e novembro, o volume médio de precipitação ficou abaixo do padrão histórico em grande parte do cinturão citrícola.

Em São Paulo, apenas a região de Porto Ferreira registrou chuvas levemente acima da média. No Triângulo Mineiro e em Bebedouro, os déficits foram mais intensos, limitando o desenvolvimento das laranjas.

A expectativa inicial era de que parte relevante da colheita ocorresse após a volta das chuvas de primavera. No entanto, setembro foi marcado por precipitações reduzidas e outubro só apresentou melhora mais consistente na segunda quinzena.

Com isso, os frutos chegaram à colheita com peso inferior ao projetado anteriormente. Na média geral, cada laranja ficou cerca de 4 gramas mais leve. Esse ajuste aumenta o número de frutos necessários para completar uma caixa padrão.

As alterações variam entre variedades precoces, Pera, Valência, Folha Murcha e Natal, sempre refletindo frutos menores e maior quantidade por caixa colhida.

Greening amplia perdas no campo

Outro fator decisivo para a revisão da safra foi o aumento da taxa de queda de frutos, agora estimada em 23%. A principal explicação está na maior severidade do greening nos pomares.

Dados do Fundecitrus indicam que a severidade média da doença avançou em relação ao ano anterior, reduzindo significativamente o potencial produtivo do parque citrícola. Parte expressiva das plantas apresenta sintomas em grande parte da copa.

Segundo o diretor-executivo do Fundecitrus, Juliano Ayres, o clima seco potencializa os efeitos da doença. Ele explica que, quando o estresse hídrico se soma ao greening mais severo, a tendência é de maior queda de frutos.

Além disso, ventos fortes registrados em setembro e o maior tempo dos frutos nas árvores, em busca do ponto ideal de maturação, também contribuíram para o aumento das perdas.

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